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Rotas do Vento

Nepal: Ronda dos Annapurna – Frederico Bragança

A viagem foi incrível. Adoro o ambiente de montanha e os Himalaias, são o expoente máximo nesse campo.
Não há muitas pessoas a poderem ou quererem usufruir de locias como este (por motivos de ordem financeira ou até físicos) e para mim foi algo único e especial, sinto-me realizado. Tendo tudo isto em conta e ainda a forma como me adaptei, só espero poder realizar muitas mais viagens deste género, por todos os cantos do mundo e talvez, depois de os conhecer a todos, quem sabe, um dia regressar ao Nepal.
A região de Mustang pareceu-me muito apelativa. O que vi (fotos), li ou ouvi deixaram-me muito curioso.
Uma pessoa com disponibilidade monetária e tbém de tempo poderia explorar, além do circuito de Annapurna a região de Mustang.
O facto de ir sozinho, sem nenhuma ligação a casa, amigos e namorada, fez com que houvesse uma certa vontade, no fim do Trekking, de voltar. A beleza da região, a viagem em si, deu-me vontade de permanecer mais tempo (principalmente se fosse para ir a Mustang).
u diria que as minhas expectativas foram até superadas, nunca pensei sentir-me tão bem num ambiente tão diferente. Adaptei-me bem à comida, ao esforço do Trekking e a nivel de saúde não tive nada significativo.
Deviam aconselhar as pessoas, em vez de levarem lanternas a levarem um frontal (lanterna que se coloca na cabeça), pois não sabíamos que a travessia do Thorong-la ia ser ou poderia ser feita à noite. A utilidade do frontal tbém é grande muitas vezes para ir à casa de banho à noite, quando não havia luz eléctrica.
Toda a viagem foi fabulosa e há inúmeras situações que poderia descrever, no entanto há uma que foi diferente.
Numa pequena aldeia onde ficámos, Bahundanda, conhecemos um jovem chamado Rathaga, com o qual começamos a falar para lhe fazer umas perguntas acerca de um jogo que o vimos a ele e a outros nativos a jogar. Este mostrou-se muito interessado em explicar-nos o jogo e tbém em que jogassemos.
O seu inglês, melhor do aquele a que estavamos habituados fez com que a conversa se desenrolasse e este convidou-nos para ir a sua casa.
Acompanhámo-lo e sentámo-nos à entrada, onde este nos apresentou o seu avô e irmã. Falámos das nossas origens, dAnnapurna (8091m)as nossas profissões e de alguns aspectos da nossa sociedade. Ele tbém nos falou das suas ambições: estudar saúde para educar os seus pais e os compatriotas e ainda casar com uma rapariga estrangeira. Prestámos alguns esclarecimentos acerca de cuidados de saúde que temos e ainda da facilidade com que adoeceríamos na terra dele se não tivessemos certos cuidados e ainda o questionámos quanto a alguns costumes nepaleses.
Ao despedir-nos trocámos e-mails (ali não havia computadores, mas na cidade onde ele estuda, sim) e ele ainda nos convidou para uma refeição com a família dele.
Infelizmente démos uma desculpa e recusámos, pois tivémos algum receio de adoecer. Enfim se tivesse sido no fim da viagem tinhamos aceite.